Bem, se você é
um destes milhões de brasileiros e está totalmente endividado, usando o limite
do cartão para cobrir dívidas de lojas, usando o cheque especial para cobrir
despesas de casa, tirando um empréstimo para quitar outro, com contas
atrasando, se os juros estão multiplicando suas dívidas mês a mês, as cartas e
ligações telefônicas de cobrança e ameaças de seus credores não param, seu nome
já foi para o SPC e SERASA ou está prestes a ir e você já não consegue dormir,
não consegue pensar, não sabe o que fazer, certamente sabe sobre do que estou
falando.
Começa o desespero. Você
está deixando de pagar contas importantes, como seguro do carro, colégio das
crianças, condomínio, água, luz e deixando de comprar produtos necessários para
sua família, pois está tentando tapar o buraco dos juros, dos juros sobre
juros, das multas e outras cobranças derivadas do crédito.
Se você continuar cedendo, aceitando renegociações e pagando
mais juros e encargos sobre as dívidas, os meses e anos passarão, você gastará
uma fortuna, talvez tenha que vender o carro e a casa, destruindo o patrimônio
conquistado ao longo de anos de esforço além, é claro, o orçamento da sua
família, e ainda continuará devendo.
Troque dívidas mais caras por dívidas mais baratas
As dívidas com cartão de crédito e cheque especial são as
mais caras, pois os juros e outros encargos por atraso podem fazer com que ela
aumente até 20% ao mês.
Portanto, é uma boa conseguir um empréstimo pessoal ou um
consignado, os quais tem juros entre 3% e 5% em média e quitar as dívidas com o
cartão de crédito e cheque especial, ficando com dívidas menos onerosas.
Você também pode procurar outros bancos para fazer a
portabilidade de sua dívida, ou seja, a troca. Muitos bancos aceitam quitar a
sua dívida e abrir com eles outra, com juros menores e maiores prazos, o que,
com certeza, é uma ótima opção!
Se mesmo assim, não resolver seus problemas, talvez seja o
momento de você dar um basta na situação.
Quando as dívidas com juros e outros encargos advindos do
crédito começam a corromper o orçamento e prejudicar a subsistência da família,
e você tem que escolher entre sobreviver ou pagar juros, a melhor
escolha é sobreviver.
Portanto, é melhor parar de pagar estas dívidas que não param
de crescer e parecem eternas e dedicar seus rendimentos apenas para pagar as
dívidas mais básicas e necessárias (moradia, alimentação, luz, água,
etc).
Não faça mais nenhum gasto desnecessário! Tenha o foco apenas nos gastos mais básicos e canalize
seus esforços na economia. Abra uma poupança e guarde tudo o que sobrar no
final do mês. Esta reserva será muito importante para você poder começar a
ajeitar sua vida e saldar as dívidas com seus credores.
Tenha consciência que esta é uma situação extrema mas
temporária, pois você continua com a obrigação de pagar os seus credores e este
será um dos seus principais objetivos a partir de agora.
Dever não é crime (desde que a pessoa não tenha feito a
dívida já premeditando não paga-la, pois neste caso é estelionato), quanto mais se sua dívida se originou da cobrança dos
juros, multas e outros encargos absurdos que são cobrados no Brasil e o
pagamento destas dívidas está prejudicando a subsistência de sua família.
Bem, agora é hora de respirar e começar a enfrentar esta nova
realidade.
Nos primeiros dias, você começará a receber uma avalanche de
cartas e telefonemas de seus credores. As ligações são feitas sem respeitar
horário ou local. Eles ligam para o seu telefone residencial, celular e para
qualquer telefone que saibam onde você pode estar ou de alguém que possa
conhecer você.
Eles vão infernizar a sua vida. É o trabalho deles! Vão ligar
dia e noite e vão fazer ameaças: - Seu nome vai para o SPC e SERASA! Vamos
entrar com um processo e um oficial de justiça vai na sua casa com dois
policiais tirar seus bens! Você vai ser preso! Etc
Não se intimide com estas ameaças, na maioria dos casos não
passarão de simples “ameaças”.
Bem, em relação ao SPC e SERASA, não precisa nem de ameaça.
Se você não pagar a dívida, a chance de seu nome ser cadastrado é de
99,9%. Mas existe um lado bom nisso: você não vai mais fazer dívidas, pois
não terá crédito no mercado. Terá que comprar tudo à vista e aprender a
controlar seu orçamento!
O direito de um termina onde começa o direito do outro!
Portanto, o credor tem todo o direito de inscrever o nome do devedor no SPC e
SERASA, protestar a dívida em cartório, processar o devedor na justiça para
exigir o que entende ser seu por direito, além de enviar cartas e fazer
ligações, mas nestes últimos dois casos além de agir dentro da lei, não pode
extrapolar os direitos do devedor de não ter sua vida privada (família, amigos,
emprego etc) prejudicada.
Portanto, em relação as correspondências, as mesmas não podem
ser endereçadas para outras pessoas que não o devedor, tampouco podem trazer
qualquer informação que possa ser lida no seu exterior que trata-se de
cobrança. Já no caso das ligações telefônicas, assim como os credores têm
o direito de ligar para você, você tem o direito de não ser importunado em sua
privacidade. Portanto, no celular, basta bloquear a ligação e no telefone fixo
coloque um identificador de chamadas. Ninguém é obrigado a ficar ouvindo desaforos e ameaças de
um funcionário mal educado e que é pago para agir desta maneira!
Na prática, bancos, cartões de crédito, financeiras e outras
instituições do gênero não costumam entrar com ações de cobrança judicial,
apenas em casos em que há um bem financiado (automóvel, máquina, etc) ou de
grandes dívidas, e mesmo neste último caso, somente entram com ação de cobrança
quando têm certeza que o devedor tem dinheiro ou bens para pagar.
Imagine se estas instituições financeiras tivessem que entrar
com ações para cada pessoa que deve (dezenas de milhões de pessoas). Seria o
caos, certamente reduziriam em muito sua margem de lucro, pois teriam que
gastar com advogados e custas processuais (valores que são pagos para entrar
com o processo na justiça) verdadeiras fortunas, sendo que grande parte dos
devedores não tem bens para pagar a dívida, e mesmo que tenham, não vale a pena
para os credores terem que estar correndo atrás de bens para levar a leilão e
toda a burocracia da justiça.
Portanto, o melhor, mais rápido, barato e eficiente negócio
para eles é colocar o nome do devedor no SPC e SERASA e infernizar a sua vida
através de empresas de cobrança que ficam ligando dia e noite e fazendo
ameaças.
Estas empresas somente recebem em cima do que conseguem
cobrar (normalmente seus "honorários" são de 10% do que conseguem
tirar do devedor). Exemplo: Se você deve ao banco do Brasil já deve ter
recebido alguma ligação da Atlântico.
Assim não há gastos com advogados ou com a justiça. Há somente
lucro, porque as instituições financeiras só pagam 10% em cima do que for
recuperado.
Em relação à ameaça de prisão, lembre-se: Dever não é crime! E você não ficou devendo por
que quis, mas sim porque teve que fazer uma escolha entre pagar os juros
absurdos cobrados ou colocar o alimento na mesa para sua família. Portanto, você não será preso por
dever! (Na prática, somente há prisão no caso de dívida de
pensão alimentícia).
Mas ATENÇÃO aos seus direitos: Os credores têm o
direito de cobrar (ligar e mandar cartas), mas o direito deles vai até onde
começa o seu. Portanto, cobranças que começam a incomodar você, que sejam em
lugares ou horários impróprios, não são permitidas e você pode buscar a Justiça
para limitar estes abusos e até pedir danos morais, se for o caso.
Eles também não podem ligar para seu trabalho, para
familiares ou vizinhos, tampouco fazer você passar vergonha, isto é crime!
Agora, passados alguns meses, você vai começar a colocar a
sua vida em ordem e procurar os credores para quitar às dívidas.
Veja o quanto você conseguiu guardar na poupança (lembre-se
de fazer a poupança, isto é muito importante, ou estes conselhos não servirão
para nada). Faça uma listagem dos credores, em ordem da maior para a menor
dívida. Comece pela menor. Entre em contato e veja a possibilidade de acordo
com um bom desconto para pagamento à vista. Se não obtiver sucesso, passe para
o próximo.
Coloque os mais flexíveis no topo da lista. Negocie com um de
cada vez, e só aceite a proposta se for para pagamento à vista, com um bom
desconto e que o valor caiba dentro do seu orçamento. (novos parcelamentos
somente nos casos em que você tenha certeza de que são um "ótimo"
negócio, em relação à dívida).
* Você pode procurar o Fórum de Justiça de sua cidade para
tentar intermediar um acordo. Muitos Fóruns oferecem este tipo de serviço!
Não tente fazer acordos com vários credores ao mesmo tempo, a não ser que suas economias permitam que você consiga
quitar as dívidas à vista, ou as parcelas caibam com folga no seu orçamento.
Não tenha pressa, você se
endividou ao longo de meses (ou anos) e não será da noite para o dia que irá
resolver “todas as suas dívidas”.
Lembre-se de ter disciplina e força de vontade. Você tem que economizar e tem que correr atrás de seus
credores para quitar as dívidas!
Assim, a médio prazo, você conseguirá saldar todas as suas
dívidas e poderá começar uma vida nova.
Agora vai um último conselho: Não adianta limpar o nome e começar a gastar novamente,
seja consciente com o quanto você ganha e o quanto pode gastar, tenha os pés no
chão e nunca "dê o passo maior que a perna", assumindo algo que não
poderá pagar sem folga no orçamento, e viva bem, sem preocupações, sem
desespero e sem dívidas.
Fonte:sos consumidor
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